domingo, 16 de maio de 2010

VESTUÁRIO HISTÓRICO 2


Para não nos acusarem de "machismo", termo que era desconhecido no século XIX, vou agora apresentar-te a... Madame CARLOTA, também em...trajes menores!

Cabe-te a ti vesti-la convenientemente para um passeio na Avenida das Tílias, no Jardim do Palácio de Cristal, aqui no Porto. Vê como era complicada a roupa feminina!

A Carlota e respectiva roupa ( Já sabes, clica para aumentar)









(idem do post anterior)

VESTUÁRIO HISTÓRICO


UM JOGO DIVERTIDO DE RECORTES ( clica nas gravuras para aumentar)


Aqui vai um jogo engraçado com vestuário do Século XIX. Eu vou colocar aqui o ALBERTO um burguês típico do século XIX, mas...em roupa interior!! Cabe a ti, vesti-lo com a roupa adequada que te vou fornecer! E logo duas roupas à escolha!
O que podes fazer? Imprimir o Alberto, pintar as roupas se quiseres ( pesquisa as cores mais aconselhadas às roupas masculinas do século XIX) e então transformar-te num costureiro (a) da moda...do Século XIX . claro!


O ALBERTO
( e a sua 1ª roupa)


Agora a segunda roupa do Alberto!

Diverte-te

(Do Coordenador de Departamento com a colaboração preciosa da colega Luísa Quadrado)

SOLUÇÕES

As Soluções à Sopa de Letras anterior



E MAIS UMA SOPINHA DE LETRAS


Resolve. Clica para ampliar.

Descobre os rios na sopa de letras:


Mondego

Minho

Ebro

Tejo

Douro

Sado

Guadiana

Guadalquivir

DESCOBRE AS DIFERENÇAS

Tenta descobrir as diferenças entre estes dois desenhos do teu colega André Salvador do 5ºAno. Clica na imagem para ela te aparecer maior!

E Solução

Aí vai a solução desta nova sopa de letras

NOVA SOPA DE LETRAS

SOLUÇÕES DA SOPA DE LETRAS

Aí vai a solução da sopa de letras do penúltimo post. Clica na imagem para aumentar.



CONVERSAS DA FAMÍLIA REAL...Antes do atentado

INTRODUÇÃO

Este trabalho fala das últimas conversas da família real, antes de D. Carlos e D. Luís morrerem.


Com isto pretendo demonstrar que, apesar de Real, esta família tinha, acima de tudo, uma vida familiar como qualquer outra: partilhavam opiniões, afectos, sentimentos, ideias.


A família real saiu de Vila Viçosa num landau até ao caminho-de-ferro com destino ao rio Tejo. Apanharam um barco que os levou ao Cais das Colunas, onde desembarcaram e retomaram a viagem até ao Palácio das Necessidades. A meio do caminho sofreram o atentado.

SAÍDA DO PALÁCIO DE VILA VIÇOSA

Era dia 1 de Fevereiro de 1908, estava um frio imenso e a família real dirigia-se a um landau que a transportaria até ao caminho-de-ferro de Vila Viçosa.

- Não sei porquê tanta insistência em ir para Lisboa tão cedo se estamos tão bem aqui! – Afirmou D. Amélia.

-Já te disse que preciso de ir para Lisboa tratar de uns assuntos! – Disse D. Carlos com irritação.

-Não os podia tratar aqui? – Perguntou D. Amélia.

- Não claro que não, o que em Lisboa demoraria semanas, em Vila Viçosa demoraria meses com a demora dos telégrafos – disse D. Carlos exasperado.

-Tudo bem. – Disse D. Amélia. - O que estás a ler Luís? – Perguntou D. Amélia com curiosidade.

-Estou a ler um livro de Eça de Queirós “ A Cidade e as Serras “- afirmou D. Luís com entusiasmo.

-Estás a gostar? – Perguntou D. Amélia.

-Sim, muito. Estou maravilhado com todas as tecnologias que o Jacinto usa. -Disse D. Luís.

-Hei-de lê-lo. – Afirmou D. Amélia.

-Tenho a certeza de que vais gostar. – Disse D. Luís embrenhado nas suas leituras.

-Então e a caçada? Foi ou não uma boa caçada Luís? – Afirmou D. Carlos orgulhoso com o sucesso da caçada.

-Sem dúvida meu pai, foi uma caçada muito bem conseguida. – Disse D. Luís também orgulhoso com a caçada.

-É pena o teu irmão ter voltado mais cedo para Lisboa, assim tinha vindo connosco e tinha-se divertido. – Disse D. Carlos.

-Tem toda a razão, mas para a próxima ele vem, com certeza. – Disse D. Luís.

-Chegamos! – Disse o cocheiro, anunciando a chegada a linha de comboios de Vila Viçosa.


A ESTAÇÃO DE COMBOIOS

-Ouvi dizer que vamos chegar um pouco mais atrasados ao barco, por causa de um descarrilamento á entrada da estação Casa Branca - Anunciou D. Carlos.

-Mas e então, como é que isso aconteceu? – Perguntou espantada D. Amélia.

-Já perguntei, mas não me foram dadas mais informações ainda não há novidades. – Disse D. Carlos.

-Não entendo como mesmo depois de tantos avanços na tecnologia, estas coisas continuem a ter falhas que custem vidas! – Disse D. Luís.

-São coisas que acontecem, é perfeitamente normal – Afirmou calmamente D. Carlos.

-Mas morreu alguém? – Perguntou D. Amélia bastante aflita.

-Ainda não sabem, como disse não me foram dadas mais informações! – Disse D. Carlos.

-Mas é natural que isso tenha acontecido, minha mãe, os descarrilamentos costumam causar sempre mortos. – Disse D. Luís.

-Ai, mas espero que não tenham sido muitos, coitados dos desgraçados que lá iam, para tais riscos mais vale ir a pé – Disse D. Amélia, cheia de pena dos viajantes desse comboio.

Houve um grande momento de silêncio no comboio, até que D. Luís se lembrou de dizer:

-Disseram-me também que hoje vai estar bastante bom tempo, em Lisboa, afinal até foi uma boa altura para irmos para lá, seremos recebidos com a simpatia de S. Pedro.

-Ainda assim, ninguém me convence que não teria sido melhor termos ficado em Vila Viçosa, estava-se lá muito bem. – Afirma com convicção D. Amélia.

-Tu e as tuas teimosias, não havia razão alguma para permanecermos em Vila Viçosa – Resmungou D. Carlos.

Houve um momento de silêncio, até que apareceu um moço de recados com uma carta:

-Tenho aqui uma carta para si, Sua Alteza! – Disse com uma vénia desajeitada o moço de recados.

-E vem da parte de quem, essa carta! – Interrogou D. Carlos.

-Vem da parte do tenente-coronel Alfredo de Albuquerque. – Disse o moço de recados entregando a carta.

-Deixe-me lá ver então essa carta! – Ordenou D. Carlos enquanto recebia a carta e a começava a abrir.

Toda a família, muito curiosa, esperava impacientemente que D. Carlos acaba-se de ler a carta e quando finalmente D. Carlos a acabou de ler entregou-a ao moço de recados, anunciando:

-Num landau, com toda a certeza!

-Perdão, é essa a mensagem que quer que eu dê, Sua Alteza – Perguntou o moço de recados desajeitadamente e começando notavelmente a corar por não ter entendido a ordem.

-Claro que é isso que quero que digas! – Disse D. Carlos impaciente.

-Com certeza, Sua Alteza. – Disse o moço de recados repetindo a vénia desajeitada devido aos solavancos do comboio.

-Uma boa tarde! Bom dia, perdão! – Disse o moço de recados, despedindo-se.

-Bom dia, e já agora – disse, dirigindo-se á família – vamos pedir agora mesmo o almoço, que já se faz tarde!

-Tens toda a razão – desculpou-se D. Amélia fazendo sinal ao empregado para que servisse a refeição.

-E então, meu pai, que carta era aquela? E para quê um landau? – Perguntou D. Luís.

-Tantas perguntas, rapaz, aquela carta vinha da parte do tenente-coronel Alfredo de Albuquerque, ele queria saber se eu preferia um landau ou uma carruagem coberta para irmos até ao Palácio das Necessidades. Vamos de landau, está bom tempo. - Explicou-se D. Carlos.

-Talvez um landau não fosse a melhor escolha, meu pai… - disse D. Luís.

-E porque não?! – Perguntou espantado D. Carlos.

-Por causa daqueles rumores, sabe… que andam espalhados por todo o país. Talvez seja melhor uma carruagem coberta… - explicou-se D. Luís.

-Tolices! Tudo tolices! Não nos há-de acontecer nada, rapaz! – Garantiu indignado D. Carlos.

E com isto silenciou-se a carruagem.


CONVERSA FLUTUANTE

A família real entrou no barco e foi recebida com grande pompa, tal como o evento pedia, foi servido o lanche começando então D. Carlos e D. Luís a banquetearem-se, já D. Amélia, por sua vez, remexia na sua comida com pouca vontade de a comer e parecia estar envolvida num transe de preocupação.

-Minha mãe sente-se bem? – Interrogou D. Luís preocupado.

-Sim. – Disse D. Amélia absorta nos seus pensamentos.

-Tem a certeza, a senhora não parece nada bem? – Perguntou novamente D. Luís preocupado.

-Não é nada, dói-me só um pouco a cabeça. – Disse D. Amélia.

-Estamos quase a chegar e é necessário que te ponhas bem depressa, não vá o diabo tecê-las! – Disse D. Carlos ainda saboreando a comida.

-Claro, acho que vou beber um chá – Disse D. Amélia desanimadamente.

-Mas é melhor comer qualquer coisa, que hoje jantamos tarde! – Disse D. Luís preocupado com o estado da mãe.

-Talvez, depois logo se vê… - disse D. Amélia dirigindo-se ao tombadilho do barco.

D. Amélia ficou a observar o rio, era um rio largo e bonito, mas D. Amélia não gostava de Lisboa, Lisboa dava-lhe náuseas inexplicáveis, e por mais encantadora que fosse a capital, D. Amélia não a suportava. Todos os anos D. Amélia ansiava impaciente para saírem daquela cidade e desesperava quando para lá voltavam, mas desta vez não queria mesmo voltar a Lisboa, pois os rumores que diziam que o rei podia correr grandes riscos de vida em Lisboa atormentavam-na. Nunca amara D. Carlos, mas ao longo dos anos começara a sentir uma certa afeição por ele. E o que aconteceria aos filhos? A D. Luís, o herdeiro, D. Amélia afastou esses pensamentos e concentrou-se no rio que corria lento. Mas aqueles pensamentos que poderiam desmoronar a sua família teimavam em voltar, D. Amélia não sabia o que fazer, mas a cada segundo, D. Amélia via cada vez mais aproximar-se diante de si aquela sentença, até que os seus pensamentos foram finalmente cortados com a chegada de D. Luís que trazia uma pequena travessa com bolachas e bolinhos:

-Coma alguns! – Incentivou D. Luís comendo um dos bolinhos. – Estão divinais!

-Não me apetece comer! – Disse D. Amélia com certa autoridade.

-Você é que sabe, mas aviso-a de que estão realmente deliciosos! – Disse D. Luís com carinho.

D. Amélia virou as costas ao filho e enfrentou o rio com o olhar.

-Bem, vou embora então – Disse o príncipe desanimado. – Mas aviso-a de que estamos quase a chegar e é melhor preparar-se! – Disse D. Luís com firmeza.

-Tudo bem, tudo bem! – Disse a rainha saturada.

Quando D. Luís entrou novamente dentro do barco D. Carlos perguntou:

-Então e a tua mãe? Ainda está lá fora?

-Sim, mas ela já entra. – Disse D. Luís. – Quanto tempo falta para chegarmos? – Perguntou D. Luís.

-Pouco, já consigo avistar Lisboa daqui, aquela cidade é linda! – Disse D. Carlos orgulhoso.

-É verdade, mas a minha mãe continua a não gostar muito desta maravilhosa cidade.

-É impossível de entendê-la, é mesmo impossível! Ela costuma divertir-se tanto em Lisboa – Disse D. Carlos indignado.

-Isso não é verdade meu pai, minha mãe não se diverte em Lisboa, nunca se divertiu.

-Mas Lisboa é onde ela mora á muito tempo, já se devia ter habituado!

De repente a conversa foi interrompida com a chegada do mordomo que pretendia avisar que estavam quase a chegar.

-Bem, eu vou chamá-la – Disse D. Carlos.

-É melhor – Concordou D. Luís.

D. Carlos dirigiu-se ao tombadilho onde D. Amélia se encontrava e disse:

-Estás pronta? Estamos quase a chegar – perguntou D. Carlos.

-Sim, quando partimos?

-Daqui a pouco. Passa-se alguma coisa? O Luís disse que não parecias estar muito bem á pouco. – Perguntou D. Carlos.

-Não, não se passa nada! Estou bem, mas é melhor despacharmo-nos, estou ansiosa por ver o Manuel, estou cheia de saudades dele – disse D. Amélia.

-Sim, há muito tempo que não o vemos, mas ele tem mandado cartas!

-Não é a mesma coisa… - contrapôs D. Amélia – Mas tudo bem, atracamos dentro de minutos, não é, temos de nos despachar! – Disse D. Amélia apressada.

-Claro não há tempo a perder! – disse o rei.

E com isto o rei, a rainha e o príncipe saíram do barco por volta das 17:00h e pelo meio da multidão dirigiram-se ao seu landau.

Minutos mais tarde juntou-se á família real o único elemento em falta, D. Manuel, e depois de muitos abraços e cumprimentos foram-se afastando da multidão acenando.

-Tinha imensas saudades tuas, Manuel – Disse D. Amélia com carinho.

-Também tinha saudades tuas! Á quanto tempo que não nos víamos, minha mãe!

Segundos depois… o estampido!


Informação retirada: do livro “História e Geografia de Portugal 6º ano”, Fátima Costa e António Marques; www.wikipedia.com;

Trabalho realizado por: Raquel Bessa Nº 18 Turma 6º B.