Um sismo é um fenómeno de vibração brusca e passageira da superfície da Terra, resultante de movimentos subterrâneos de placas rochosas, de actividade vulcânica, ou por deslocamentos de gases no interior da Terra, principalmente metano. O movimento é causado pela liberação rápida de grandes quantidades de energia sob a forma de ondas sísmicas.
Os grandes sismos são popularmente designados também pelo termo terramoto. No entanto, este último termo aplica-se apenas a grandes sismos, sendo que para os pequenos se costuma usar os termos abalo sísmico ou tremor de terra. Se um sismo abala zonas não habitadas não é nunca usado o termo "terramoto", mesmo que seja de grande intensidade, enquanto que se abalar zonas habitadas, for sentido e tiver efeitos catastróficos é costume usar também o outro termo, fora de contextos científicos e da área de proteção civil.
Descrição do fenómeno sísmico
A maior parte dos sismos ocorrem nas fronteiras entre placas tectónicas, ou em falhas entre dois blocos rochosos. O comprimento de uma falha pode variar de alguns centímentros até milhares de quilómetros.
Entre os efeitos dos sismos estão a vibração do solo, abertura de falhas, deslizamentos de terra, tsunamis, mudanças na rotação da Terra, mudanças no eixo terrestre, além de efeitos destruidores em construções feitas pelo homem, resultando em perda de vidas, ferimentos e altos prejuízos financeiros e sociais (como o desabrigo de populações inteiras, facilitando a reprodução de doenças, fome, etc).
Como são os sismos?
As placas podem afastar-se (tensão - divergentes), colidir (compressão - convergentes) ou simplesmente deslizar uma pela outra (torsão - transformantes). Com a aplicação destas forças, a rocha vai-se alterando até atingir o seu ponto de elasticidade, após o qual a matéria entra em ruptura e sofre uma libertação brusca de toda a energia acumulada durante a deformação elástica da Terra. Aos sismos que ocorrem na fronteira de placas tectónicas dá-se o nome de sismos interplacas, sendo os mais frequentes, enquanto que àqueles que ocorrem dentro da mesma placa litosférica dá-se o nome de sismos intraplacas e são menos frequentes.
Os sismos intraplacas também podem dar origem a sismos profundos, segundo as zonas de subducção, ocorrendo entre os 100 e os 670 km. No entanto, cientistas como Thomas Gold advogam que os sismos têm origem partir de migração de gases primordiais como hélio (He), metano (CH4), nitrogénio (N) e hidrocarbonetos (CH), em grandes profundidades no interior da terra. Nos limites de placas litosféricas a intensidade e ocorrência dos sismos são maiores, provavelmente pela comunicação mais próxima entre o manto e crosta. Sismógrafo Um sismógrafo é um aparelho que registra as ondas sísmicas, ou seja, a intensidade dos terremotos. Detecta e mede as ondas sísmicas naturais e permite determinar, principalmente se organizado em rede, a posição exacta do foco (hipocentro) dessas ondas e do ponto da sua chegada na superfície terrestre (epicentro), para quantificar a energia desses terremotos expressa na escala de Richter.
Escala de Richter
A escala de Richter foi desenvolvida em 1935 pelos sismólogos Charles FrancisRichter e Beno Gutenberg, ambos membros do California Institute of Technology (Caltech), que estudavam sismos no sul da Califórnia, utilizando um equipamento específico - o sismógrafo Wood-Anderson. Após recolher dados de inúmeras ondas sísmicas libertadas por terremotos, criaram um sistema para calcular as magnitudes dessas ondas. A história não conservou o nome de Beno Gutenberg. No princípio, esta escala estava destinada a medir unicamente os tremores que se produziram na Califórnia (oeste dos Estados Unidos). A escala Richter atribui um número único para quantificar o nível de energia liberada por um sismo. É uma escala logarítmica de base 10, obtida calculando o logarítmo da amplitude horizontal combinada (amplitude sísmica) do maior deslocamento a partir do zero num tipo particular de sismógrafo.
Escala de Mercalli
A escala de Mercalli é uma escala qualitativa usada para determinar a intensidade de um sismo a partir dos seus efeitos sobre as pessoas e sobre as estruturas construídas e naturais. Foi elaborada pelo vulcanólogo italiano Giuseppe Mercalli, em 1902, daí o nome que ostenta. Os efeitos de um sismo são classificados em graus, denotados pelos numerais romanos de I a XII, com o grau I a corresponder a um tremor não sentido pelas pessoas, e o grau XII à alteração calamitosa do relevo da região afectada.
Tsunami
O termo "tsunami" provém do japonês, significa "porto" (tsu) e "onda" (nami). Um tsunami ou maremoto é uma série das ondas de água causada pelo deslocamento de um grande volume de um corpo de água, como um oceano ou um grande lago. Tsunamis são uma ocorrência frequente no Japão. Devido aos imensos volumes de água e energia envolvidos, os tsunamis podem devastar regiões costeiras. Acidentes podem ocorrer de forma elevada, visto que as ondas se movem mais rapidamente do que os seres humanos. Terremotos, erupções vulcânicas e outras explosões submarinas, deslizamentos de terra e outros movimentos de massa, impactos bólidos, e outros distúrbios acima ou abaixo da água têm o potencial para gerar um tsunami. O historiador grego Tucídides foi o primeiro a relacionar tsunami a terremotos submarinos, mas a compreensão da natureza do tsunami permaneceu escassa até o século XX e ainda é objeto de pesquisa. Muitos textos antigos geológicos e geográficos referem-se a tsunamis como "ondas sísmicas do mar".
Um violento sismo de 8,9 na escala de Richter, com epicentro a 130 quilómetros a leste de Senday, ilha de Honshu, e a 382 quilómetros a nordeste de Tóquio, ocorreu dia 11 às 14:46 locais (5:46 em Lisboa), originando um tsunami. O sismo foi seguido por várias réplicas, algumas com magnitude superior a 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto de Geofísica norte-americano (USGS). O tsunami, após o sismo de 11 de março, atingiu uma altura de pelo menos 23 m, segundo um estudo japonês citado nesta sexta-feira pelo jornal Yomiuri Shimbun. O Instituto de Pesquisa sobre Portos e Aeroportos do Japão mediu em Ofunato, na prefeitura de Iwate, o tsunami que varreu do mapa cidades costeiras inteiras, segundo o jornal. A Autoridade de Informação Geoespacial do Japão anunciou que ao menos 400 quilómetros quadrados foram inundados pelo tsunami de 11 de Março. Esse número poderia ainda ser revisto para cima, informou essa autoridade, já que ainda falta analisar fotos aéreas de 20% das zonas atingidas. Mais de 600 réplicas atingiram o território do Japão, no litoral nordeste, que causou pelo menos 20 mil vítimas entre mortos e desaparecidos. Até a primeira hora da tarde do dia 20 (horário local) aconteceram uma dezena de réplicas, pelo menos dois nas províncias de Fukushima e Iwate (nordeste do Japão) de mais de 5 graus na escala de Richter, segundo informou a Agência Meteorológica japonesa. A maioria das réplicas tem seu epicentro localizado nas províncias mais devastadas pelo terremoto do dia 11 e muitas são sentidas com clareza em Tóquio. Isso ocorreu com um tremor de 5.7 graus na província de Fukushima e com outro, de 6.1 graus, localizado na vizinha Ibaraki do dia 19. Segundo a NASA, este sismo deslocou o eixo da Terra 18 centímetros, encurtando os dias em 1,26 micro-segundos.
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