O MARQUÊS DE POMBAL

“O poder do Marquês de Pombal”

Dia 1 de Novembro de 1755, um sábado, de repente a terra começou a tremer em Lisboa entre as nove e as dez da manhã, o mar entrou pela cidade levando tudo à sua frente. Foi o terramoto/marmoto de 1755. A cidade ficou praticamente destruída: muitas centenas de pessoas morreram e milhares de edifícios como hospitais, palácios, igrejas e habitações, ficaram em ruínas.


O rei D. José I estava em choque e não sabia o que fazer. Valeu-lhe um dos seus homens de confiança, que, deixou a família para o apoiar. Chamava-se Sebastião José de Carvalho e Melo e era o secretário dos Negócios Estrangeiros. Foi este homem que no próprio dia, e no dia seguinte ao terramoto, tomou centenas de decisões e deu várias ordens. Começou por ordenar que se socorressem os feridos, enterrassem os mortos e que as ruínas das casas mais ricas fossem vigiadas por soldados para que as peças mais valiosas não fossem roubadas. A seguir, mandou limpar o entulho. Depois, começou a pensar na reconstrução da cidade, tendo escolhido dois arquitectos para desenharem uma nova Lisboa. Aliás, aquelas ruas paralelas e perpendiculares da baixa lisboeta, a chamada “baixa pombalina”, foram ideia dele e são hoje consideradas uma preciosidade arquitectónica da capital.


O secretário dos Negócios Estrangeiros resolveu os problemas com tal desembaraço que o rei, satisfeito, deu-lhe ainda mais poder, promovendo-o, a secretário dos Negócios do Reino, que era um cargo muito parecido com o de um ministro. Com o passar do tempo, o prestígio de Sebastião José foi aumentando, tendo-lhe sido concedido, pouco depois, o título de conde de Oeiras. No entanto, foi com outro título que ficou conhecido: o de marquês de Pombal. Foi, desta forma que se transformou numa das pessoas mais importantes do país, às vezes, mais valorizado do que o próprio rei. De qualquer forma, nesta altura já tinha mais autoridade do que D. José e, por isso, enquanto se reconstruía a cidade, pôs em prática alguns dos seus projectos.

Começou por reorganizar o comércio, sobretudo com a Inglaterra. E como o vinho do Porto era o produto que mais exportávamos, fundou a Companhia das Vinhas do Alto Douro, criando uma região demarcada dentro da qual estavam assinaladas as quintas que produziam o melhor vinho. O objectivo era limitar a influência dos ingleses no comércio dos vinhos e resolver a crise por que passava aquela região. Foram tomadas medidas para proteger as indústrias dos lanifícios, seda, do vidro. Foram construídas fábricas e novas estradas, indispensáveis ao desenvolvimento industrial e comercial. Mas estas medidas não agradaram a muita gente.
A reforma do ensino também mereceu a sua atenção, fosse o Colégio dos Nobres, o Ensino Técnico, a reforma da Universidade de Coimbra. Libertou os escravos e a aboliu a distinção entre “cristãos-novos” e “cristãos-velhos”. O poder que o rei lhe concedeu permitiu que ele fizesse tudo isto.

Talvez tivesse feito mais coisas se D. José não tivesse adoecido e a rainha D. Mariana Vitória não o tivesse afastado da corte. Esse dia foi muito feliz para o povo. Conta-se que fizeram festejos, foram soltos prisioneiros e na rua o povo gritou palavras de ordem contra o antigo “ministro” do Reino. Sebastião José de Carvalho e Melo foi julgado por todos os seus crimes, foi culpado e condenado ao afastamento de Lisboa, tendo assim uma espécie de “prisão domiciliária”. Este homem mais “rei” que o próprio Rei, velho e doente foi obrigado a exilar-se em Pombal, onde aguardou pacientemente a sua morte.

Jorge Paulo Ferreira 6ºC