Em 2008, mais de 116 milhões de pessoas em todo o mundo levantaram-se, quebrando o recorde mundial reconhecido pelo Guinness. Portugal contribuiu com mais de 93 mil vozes nesta iniciativa.
À semelhança do ano passado, espera-se que 2009 volte a ser um grande momento de mobilização a nível nacional acreditando que, juntos, alcançaremos pelo menos os 100 mil participantes.
Não podemos ficar indiferentes!
Este manifesto surge no âmbito dos compromissos assumidos pela União Europeia, em 2000, nas Cimeiras de Lisboa e Nice, e aproveita a onda mobilizadora da campanha mundial Global Call for Action Against Poverty, que em Portugal tem o nome de Pobreza Zero, para afirmar que o relegar para o passado da pobreza no mundo, passa necessariamente pela sua Erradicação em Portugal.
A pobreza, em Portugal, é um problema social grave e o seu não reconhecimento tem-se revelado, ultimamente, um dos maiores entraves ao seu fim.
Em Portugal, há um desequilíbrio muito grande. Temos uma percentagem razoável de pessoas que vive bem e depois temos 21% da população a viver abaixo do limiar da pobreza. É um problema de justiça, de distribuição de riqueza
O presidente da delegação portuguesa da Rede Europeia Anti-Pobreza disse que 100 das maiores fortunas portuguesas representarem cerca de 17% do Produto Interno Bruto (PIB) enquanto 12,4% da população activa vive com o salário mínimo nacional. E, se por um lado, pouco mais de dez mil pessoas têm rendimentos acima dos 816 mil euros anuais, um em cada cinco portugueses, isto é, 21% da população total, sobrevive no limiar da pobreza.
Diariamente morrem 50 mil pessoas de pobreza extrema. A desigualdade entre os ricos e pobres não pára de aumentar. Aproximadamente metade da população mundial vive em situação de pobreza.